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sexta-feira, 8 de maio de 2009
A LIBERDADE DE PODER PENSAR
- Bom dia, meninos. Como está a água.
Os dois peixinhos nadam mais um pouco, até que um deles olha para o outro e pergunta.
- Água? Que diabos é isso”.
Esse diálogo entre peixes está na abertura de um discurso que o escritor americano David Foster Wallace (morto em 2008) fez como paraninfo de uma turma de formandos do Kenyon College. Justificou que não estava exercendo a função do peixe velho dando lição de moral a vários peixinhos, mas apenas exemplificando, através dessa historinha, o ponto central de seu discurso: muitas vezes a realidade mais óbvia, ubíqua e vital tende a ser a mais difícil de ser reconhecida.
Pois é exatamente nesse desconhecimento das obviedades vitais que nos cercam que reside a justificativa do governo para a implantação do novo sistema de ingresso ao ensino superior, em substituição ao vestibular tradicional. E ainda que se possa questionar a inegável intenção política do uso de um renovado Enem, bem mais importante que perceber essa obviedade fisiológica de homens que circunstancialmente exercem o poder, é reconhecer uma proposta de prova que permita ao aluno a liberdade de pensar, desviando-se da verticalidade que o obriga a memorizar fórmulas e conceitos, geralmente utilizados mecanicamente, num processo de robotização que faz desse aluno um ótimo respondedor; mas um péssimo questionador.
Para não fugir do lugar comum, é óbvio que essa repaginação não é somente da prova, mas de todo o processo que antecede a ela. Naturalmente, quando se pretende modificar um processo infértil de memorização, pela utilização de questões que cobrem do aluno a capacidade de entender e aplicar conceitos, dando-lhe autonomia para pensar, está-se também pressupondo que a orientação esteja norteada pelo mesmo principio dinâmico. Ter-se-á, assim, uma reformulação do processo de ensino, em que o X da questão moderniza-se semanticamente e, certamente, quem desconsiderar ou negligenciar essa inevitável e necessária mudança, será engolido por ela.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
LUCÍOLA, de José de Alencar
terça-feira, 14 de abril de 2009
ORGANIZAÇÃO DE "OS LUSÍADAS"
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
AS DOZE LEITURAS OBRIGATÓRIAS - UFSM/2009
01. SERMÕES DO PADRE ANTÔNIO VIEIRA – BARROCO SÉC XVII
- Caráter retórico e barroco (XVII), moral religioso e social
- Sermão de Santo Antônio aos Peixes: alegoria; crítica aos vícios e vaidades, aos colonos maranhenses.
- Sermão da Sexagésima: Defesa da palavra de Deus; metalinguagem. Sermão sobre o sermão: critica ao estilo
cultista em prol do conceptismo (valorização do conteúdo); contradição formal.
Romantismo (1ª metade do século XIX)
02. POEMAS DO ROMANTISMO – SEGUNDO IMPÉRIO
1ª Fase: indianista e nacionalista – Gonçalves Dias e G. de Magalhães (valorização da pátria, da natureza),
idealização da mulher.
2ª Fase: ultra-romântica/mal-do-século - Alvares de Azevedo (negativismo, melancolia, tédio, morte, mulher tripartida); Casimiro (nostalgia): Fagundes Varela (transição, elegia)
de Abreu (ideal da infância) Fagundes Varela (poeta de transição para a 3ª fase.)
3ª Fase: condoreira – Castro Alves (antimonárquico e antiecravagista) Poesia social, abolicionista, erotismo.
03. LIBERTINAGEM E ESTRELA DA MANHÃ – MANUEL BANDEIRA – MOD 22
- Liberdade formal (versos livres) e de conteúdo.
- Coloquialismo, fusão de poesia e prosa (diálogos), humor (negro), lirismo.
- Cotidiano e temática do “eu” (autobiografia e melancolia).
04. ANTOLOGIA POÉTICA, de VINÍCIUS DE MORAES – MOD 30
Obra dividida em duas fases.
1ª fase – estilo neo-simbolista, conotações espirituais, conflito entre corpo e alma, versos longos;
2ª fase – voltado para a realidade, amor em múltiplas manifestações (com a fusão do corpo e alma,
sensualidade, destruição dos complexos de culpa e do mito do amor eterno), valorização da mulher,
cotidiano e denúncia social (II guerra mundial, desequilíbrio e injustiça social);
Regerenação do soneto (versos decassílabos e alexandrinos), caráter recitativo e coloquialismo,
musicalidade grande compositor da MPB – Bossa Nova.
05. OS MELHORES POEMAS, de MURILO MENDES – MOD 30
- Poesia com apelo à musicalidade e visualidade (imagens barrocas e surreais, com a conciliação de opostos
real e transcendente, material e espiritual.
- Influencia inicial dos modernistas de 1922, poema-piada e paródia.
- Mesmo marcada pela espiritualidade simbologia-cristã, sob uma ótica social denúncia as mazelas do mundo;
a guerra, a desumanização, o conflito do ser, a morte, apontando como caminho a luz e o amor.
06. CONTOS DE MACHADO DE ASSIS - REALISMO06
- Crítica às aparências da burguesia, materialismo, egoísmo, hipocrisia, pessimismo, ironia.
- Analise psicológica, ambigüidade feminina, relativismo e ceticismo.
- Comentário sobre um dos seis contos - O Alienista.
Narrador em 3ª pessoa onisciente e voz das crônicas de Itaguaí carnavalização e paródia da ciência;
conflito entre a razão e a loucura (Dr. Simão Bacamarte);
Personagens caricaturizados (dono da verdade, bajulador, vaidoso, corrupto, modesto, etc.)
07. LAÇOS DE FAMÍLIA, de CLARICE LISPECTOR – CONT
- Narrativas urbanas, intimistas (existencialismo) e epifânicas.
- Temática “estar no mundo” e sua problemática, solidão, loucura, desestrutura do ser e da família
- linguagem das “entrelinhas”, monólogo interior.
- fluxo da consciência, choque de identidade EU X NÃO-EU
08. PRIMEIRAS ESTÓRIAS, de JOÃO GUIMARÃES ROSA – CONT
- 21 contos: regionalismo universal, fantástico, existencialista (vida, loucura, alegria, transitoriedade).
- Personagens são seres de exceção: crianças, velhos, jagunços, marginais, paranormais, inadaptados à realidade.
- Linguagem funde o culto com o popular, sintaxe própria, oralidade, neologismo, metalinguagem.
09. FELIZ ANO NOVO, de RUBEM FONSECA - CONT
-15 contos ultra-realistas que tematizam a violência urbana, o caos social, a corrupção, a impunidade, a tragicidade, e crueldade.
- Linguagem referencial, direta (realismo objetivo) impessoalidade.
- Desequilíbrio social (executivos/industriais, versus marginais/assassinos e assaltantes.
- violência como catarse.
10. VOO DA MADRUGADA, de SÉRGIO SANT’ANNA - CONT
1ª Parte: 12 contos de caráter intimista e metalingüístico. Numa atmosfera sombria, escura, há a reflexão sobre a existência, a morte (confortadora) e sobre a escrita.
2ª Parte: o Gorila – novela dividida em três partes, sobre um solitário aposentado, divorciado, Afrânio Torres Gonzaga, 54 anos, que mantinha relações telefônicas com diversas mulheres e acaba se suicidando.
3ª Parte: 3 contos-ensaios, sobre o olhar, a reflexão e analise de uma tela (a mulher nua); de um fato do Rio antigo (A figurante); de pinturas (completando as meninas de balthus).
11. OS TAMBORES SILENCIOSOS, de JOSUÉ GUIMARAES - CONT
- Narrativa político-social, na linha do realismo-fantástico, que denuncia caricaturescamente o sistema
autoritário e ditatorial com suas malesas, repressão, censura e tortura (Alegoria política)
- Na fictícia cidade gaúcha, Lagoa Branca, na semana da Pátria, em 1936, desenrola-se a historia sob a ótica do narrador 3ª pessoa onisciente e sob a visão (binóculos) de 7 solteironas (irmãs Pilar, todas com o prenome de Maria), que bisbilhotam a vida alheia.
- Mária da Glória, cega, confecciona pássaros de papel.
- Há ainda o prefeito (Cel. João Cândido), Cap. Ernesto Salgado (sua esposa, D. Isabel, traía-o com o Sargento Deoclécio), o vereador Paulino Paim (mata a esposa, D. Flor, que o traia com o Jovem líder integralista, Rubem Muller).
- Fantástico: os pássaros negros fabricados por Maria da Gloria (cega), os tambores sem som na hora do desfile.
12. RELATO DE UM CERTO ORIENTE, de MILTON HATOUM - CONT
- Relato intimista, polifônico e intertextual da protagonista-narradora (sem nome) ao irmão que vive na Espanha, sobre sua busca inútil da identidade em Manaus.
- Personagens Inadaptados à realidade (loucura, suicídio, fugas, preconceito social (machismo), mortes e traumas.
- Clima de opressão e perdição em meio ao espaço geográfico de contornos variados (rio e floresta)
- Samara Délia, Soraia Ângela, Anastácia Socorro, Hindie Conceição, Hakim, Dorner
01. PADRE ANTONIO VEIRA1- Sermões, ÔNIO VIEIRA.