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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O CORTIÇO - ALUISIO AZEVEDO – NATURALISMO


>O Cortiço - João Romão é um português trabalhador que se une a uma negra, Bertoleza, e sente cada vez mais sede de riqueza. Arranja confusões com o novo vizinho, Miranda, por disputa do terreno. Junto de Bertoleza roubar restos de material de construção para construir um cortiço com casinhas e tinas para lavadeiras. Prosperou em seu projeto, mas invejava a posição social de seu vizinho. Esse, por sua vez invejava a liberdade de João, já que se casou com Estela, uma mulher de muitos amantes, apenas pelo dinheiro dela. Na casa de Miranda também moravam mais três pessoas: a filha do casal, Zulmira, um velho parasita, Botelho e o jovem Henrique, estudante de Medicina. No outro eixo da narrativa, estão os moradores do cortiço de João Romão, onde lavadeiras eram o tipo mais comum. Diferente dessa gente era Jerônimo (português, alto, 35 a 40 anos), que foi conversar com João oferecendo-lhe serviços para a sua pedreira. Com custo, depois de prosearem bastante, João aceitou a proposta, com a condição dele morar no cortiço e comprar em sua venda. A mudança de Jerônimo e Piedade se sucedeu sob comentários e cochichos das lavadeiras, mas após alguns meses eles foram conquistando a total confiança de todos, por serem sinceros , sérios e respeitáveis. Tinham vida simples e sua filhinha estudava num internato. Depois de três meses Rita Baiana, uma mulata sensual, volta.ao cortiço e retoma as festas e as danças em que se sobressaia o "Choro", muito bem representado por ela e seu amante Firmo. Toda aquela agilidade na dança deixara Jerônimo admirado ao ponto de perder a noite em claro pensando na mulata. Outra personagem importante desse meio é Pombinha, a flor do cortiço, filha de uma ex-prostituta que não queria o mesmo destino para a filha. Ela estava noiva de um funcionário público, Costa. e era muito admirada por uma prostituta de luxo, Léonie. Enquanto isso, Miranda recebe um título de nobreza, o que deixa João Romão muito injuriado. Num forró do cortiço começou uma briga feia entre Jerônimo e Firmo, que terminou com o português no hospital. Recuperado arma uma emboscada para Firmo, mata o rival e se junta com Baiana, abandonando emprego, mulher e filha. Pombinha, depois de "atacada" por Léonie, finalmente vira mulher. Casa-se então com Costa, mas tempos depois o abandona para viver com a coquete francesa. Um briga entre cortiços acabou num incêndio que destruiu o cortiço de João Romão, matando muitas pessoas, como a bruxa que ateou fogo ao seu barraco e o velho Libório (guardava dinheiro em garrafas). Para João o incêndio era visto como lucro, pois o cortiço estava no seguro. As reformas expandiram-se até o armazém e as mudanças no estilo de João também alcançavam um nível social cada vez mais alto. Com amizade fortificada junto ao Miranda e sua família, pediu a mão de Zulmira em casamento. Bertoleza, arrasada e acabada daquela vida, esperava dele somente abrigo em sua velhice, nada mais. Mas traída pelo antigo amante, mata-se com a faca de escamar peixes, quando ia ser presa pela polícia, como escrava fugitiva, numa denúncia anônima tramada por João e Botelho. Naquele mesmo instante, em outra peça da casa, João Romão recebia uma comissão abolicionista que queria condecorá-lo com um diploma de sócio benemérito da causa abolicionista.<