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terça-feira, 1 de março de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
LER OU NÃO LER: EIS A QUESTÃO
LER OU NÃO LER: EIS A QUESTÃO
Ao parafrasear Shakespeare e seu conflituoso personagem Hamlet, não se está propondo a possibilidade de uma escolha, mas confrontando duas ações que definirão qualitativamente, ou não – agora sem parafrasear Caetano – o futuro de quem escolhe ler, ou não ler.
Entretanto, como essa escolha, muitas vezes, ocorre de cima para baixo, a leitura, ao invés de ser um prazer, passa a ser uma perigosa obrigação. E confundir ato com hábito de ler é o primeiro passo para fazer do conhecimento uma robotização, transformar curiosidade e descoberta em imposição maçante, que vai gradativamente construindo um não-leitor.
Mas fugir dessa possibilidade nefasta, num mundo dominado pelo apelo visual, pela instantaneidade da imagem, é uma tarefa que não começa, apenas continua na escola. Antes disso, há um fator determinante na construção efetiva de um leitor proficiente: os pais. Poder-se-ia afirmar que depende deles a resposta para nosso adaptado questionamento shakespeariano, pois seu papel nessa descoberta, nesse prazer de ler, será determinante para o despertar de um futuro leitor.
Esse papel de incentivar nos filhos a busca de um mundo fora de seu espaço habitual é inerente a todo pai ou mãe preocupados com o futuro de suas crianças. Porém, a função desse primeiro e fundamental educador deve ser permeada por aquela máxima de nossos avós: - “mais importante que falar é fazer”. Assim, esse processo de formação do leitor será bem maior, se os filhos formatarem nos pais a imagem de um efetivo leitor.
É claro que esse processo, que deve necessariamente iniciar na infância, pode ser definido e qualificado de diversas maneiras. E certamente não faltam artigos indicando fontes sobre o que realmente é importante ler. Mas o mais importante, sem desconsiderar a qualidade do que se lê, é ler. O economista Gustavo Ioschpe, em recente entrevista para uma revista de circulação nacional, afirma que alunos que leem muito – livros, revista, jornais – têm melhor desempenho.
Assim, responder a esse questionamento dualístico sobre a importância de ler, pode ser o primeiro passo para o conhecimento de um surpreendente prazer: a descoberta de você leitor!
Ao parafrasear Shakespeare e seu conflituoso personagem Hamlet, não se está propondo a possibilidade de uma escolha, mas confrontando duas ações que definirão qualitativamente, ou não – agora sem parafrasear Caetano – o futuro de quem escolhe ler, ou não ler.
Entretanto, como essa escolha, muitas vezes, ocorre de cima para baixo, a leitura, ao invés de ser um prazer, passa a ser uma perigosa obrigação. E confundir ato com hábito de ler é o primeiro passo para fazer do conhecimento uma robotização, transformar curiosidade e descoberta em imposição maçante, que vai gradativamente construindo um não-leitor.
Mas fugir dessa possibilidade nefasta, num mundo dominado pelo apelo visual, pela instantaneidade da imagem, é uma tarefa que não começa, apenas continua na escola. Antes disso, há um fator determinante na construção efetiva de um leitor proficiente: os pais. Poder-se-ia afirmar que depende deles a resposta para nosso adaptado questionamento shakespeariano, pois seu papel nessa descoberta, nesse prazer de ler, será determinante para o despertar de um futuro leitor.
Esse papel de incentivar nos filhos a busca de um mundo fora de seu espaço habitual é inerente a todo pai ou mãe preocupados com o futuro de suas crianças. Porém, a função desse primeiro e fundamental educador deve ser permeada por aquela máxima de nossos avós: - “mais importante que falar é fazer”. Assim, esse processo de formação do leitor será bem maior, se os filhos formatarem nos pais a imagem de um efetivo leitor.
É claro que esse processo, que deve necessariamente iniciar na infância, pode ser definido e qualificado de diversas maneiras. E certamente não faltam artigos indicando fontes sobre o que realmente é importante ler. Mas o mais importante, sem desconsiderar a qualidade do que se lê, é ler. O economista Gustavo Ioschpe, em recente entrevista para uma revista de circulação nacional, afirma que alunos que leem muito – livros, revista, jornais – têm melhor desempenho.
Assim, responder a esse questionamento dualístico sobre a importância de ler, pode ser o primeiro passo para o conhecimento de um surpreendente prazer: a descoberta de você leitor!
A MORTE DO CENTAURO NO JARDIM
Para onde foi nosso centauro no Jardim?
- Scliar, o que é preciso fazer para saber escrever?
- Fundamentalmente escrever.
A enganosa obviedade da resposta, dada a um vestibulando numa palestra sobre redação, define a visão objetiva de um ficcionista que tão bem soube conduzir a subjetividade da recriação da realidade em seus inúmeros contos e romances. E foi assim, escrevendo, que aquele menino, filho de uma família judia que emigrou da Rússia, no início do século XX, começou sua história de ficcionista, fusionando literatura e realidade no livro “Histórias de médico em formação”, obra publicada em 1962 e que relata suas experiências pessoais como estudante de medicina. Desde então, passou a conduzir seus leitores por um mundo fantástico, onde as palavras passam a ter múltiplos significados e, assim, nesse Ciclo das Águas, enfrentamos uma Guerra no Bom Fim, mas sempre sabendo que jamais seríamos o Exército de um homem só, porque, afinal, Scliar sempre tinha Histórias para (quase) todos os gostos e, ao final, sempre teríamos nossa Festa no Castelo. E é exatamente essa magia que nos leva a fugir desse Mês de cães danados, a buscar nas Memórias de um aprendiz de escritor a mensagem que fica do homem que se foi: “Agora não mais importa o que fizeram de ti .E sim, o que tu vais fazer com o que fizeram de ti...”
Moacyr Scliar foi certamente um ficcionista que ajudou a construir muito daquilo que sou e, certamente, é responsável por muito daquilo que você é, leitor. Ele, como afirmava o filósofo francês Georges Gusdorf, utilizou a linguagem para nos fornecer a senha de entrada no mundo humano. Entender essa magia, ajuda a dirimir a dor pela ausência do nosso Centauro no Jardim.
- Fundamentalmente escrever.
A enganosa obviedade da resposta, dada a um vestibulando numa palestra sobre redação, define a visão objetiva de um ficcionista que tão bem soube conduzir a subjetividade da recriação da realidade em seus inúmeros contos e romances. E foi assim, escrevendo, que aquele menino, filho de uma família judia que emigrou da Rússia, no início do século XX, começou sua história de ficcionista, fusionando literatura e realidade no livro “Histórias de médico em formação”, obra publicada em 1962 e que relata suas experiências pessoais como estudante de medicina. Desde então, passou a conduzir seus leitores por um mundo fantástico, onde as palavras passam a ter múltiplos significados e, assim, nesse Ciclo das Águas, enfrentamos uma Guerra no Bom Fim, mas sempre sabendo que jamais seríamos o Exército de um homem só, porque, afinal, Scliar sempre tinha Histórias para (quase) todos os gostos e, ao final, sempre teríamos nossa Festa no Castelo. E é exatamente essa magia que nos leva a fugir desse Mês de cães danados, a buscar nas Memórias de um aprendiz de escritor a mensagem que fica do homem que se foi: “Agora não mais importa o que fizeram de ti .E sim, o que tu vais fazer com o que fizeram de ti...”
Moacyr Scliar foi certamente um ficcionista que ajudou a construir muito daquilo que sou e, certamente, é responsável por muito daquilo que você é, leitor. Ele, como afirmava o filósofo francês Georges Gusdorf, utilizou a linguagem para nos fornecer a senha de entrada no mundo humano. Entender essa magia, ajuda a dirimir a dor pela ausência do nosso Centauro no Jardim.
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